JOÃO AZEVEDO PASSEIA NA AVENIDA DA INDECISÃO: SAI OU FICA NO PALÁCIO DA REDENÇÃO?

Meus amigos,
O governador reeleito pelo PSB da Paraíba, João Azevêdo Lins Filho, vive um momento de decisão de tamanha importância que pode mudar totalmente os rumos da política paraibana. Impulsionado pelo PSB nacional e pelo desejo pessoal, mas emparedado pela União Progressista e pelo Republicanos da Paraíba — e ainda tendo que lidar com cuidado e muita atenção com a pretensão de Cícero Lucena em disputar também o cargo de governador do Estado —, Azevêdo tem vivido dias de muita apreensão em relação ao seu futuro político.
Os Ribeiros — que têm o atual vice-governador, Lucas, além de Aguinaldo, articulado deputado federal, e Daniela, senadora pela Paraíba (União Progressista) — trabalham todos os dias para ver o vice-governador como candidato natural, com o afastamento do atual detentor da caneta de chefe do Executivo estadual para disputar o Senado.
Por outro lado, o Republicanos de Hugo Motta e Adriano — importantes figuras na política paraibana pelos cargos que ocupam, ou seja, presidente da Câmara Federal e da Assembleia Legislativa da Paraíba, respectivamente — afirma que o partido, pelo seu tamanho, não pode e nem deve ser coadjuvante na eleição paraibana.
Adriano Galdino, de língua mais afiada, tem dito nos quatro cantos do Estado que o projeto dos Ribeiros, com o afastamento de João Azevêdo, é de 12 anos de duração e terá Daniela e Lucas como candidatos na cobiçada chapa majoritária. Será?
Ao que parece, as incertezas estão preocupando João, que, sem saber se sai ou se fica, vive uma verdadeira agonia quando se trata da política da Paraíba.
Todos sabem que João não tem sido um governador relapso e, administrativamente falando, até que tem conduzido bem os destinos do povo paraibano. Mas, quando o contexto analisado é a articulação política, aí é que "a porca torce o rabo". Sem o traquejo necessário, o governador tem sido atropelado — novamente — pelos projetos de seus principais aliados, que lançam as cartas e escolhem a mesa para o jogo, onde Azevêdo ouve, escuta, mas não move um dedo para chamar a responsabilidade para si, enquanto líder político de um dos maiores partidos e, repito, chefe do Executivo estadual.
Azevêdo, se não melhorar sua articulação, vai ser engolido nesse jogo onde não há dor nem piedade — apenas o poder interessa, como meta a ser alcançada.
Em meio a tantas dúvidas, João precisa pisar em chão firme, melhorar a articulação política, ver em quem deve confiar e com quem deve se aliar. Pois só assim encontrará o porto seguro para atracar o navio condutor do seu futuro político. É bom lembrar que, nas águas profundas e agitadas da política paraibana, quem não souber se conduzir morre afogado no mar da derrota e tem o nome escrito no livro do ostracismo político.
Por Vicentinho Almeida