O DIVISOR DE ÁGUAS NA POLÍTICA DA PARAÍBA EM CONSEQUÊNCIA DA BRIGA ENTRE RONALDO E MARANHÃO!

27/12/2024
Meus amigos,

 

Nós idos de 1998 ocorreu um episódio que marcaria de vez a história da política e dos conflitos aqui na Paraíba, envolvendo o, a época, senador do PMDB, e ex governador da Paraíba, Ronaldo José Rodrigues da Cunha Lima(memória), e o governador José Targino Maranhão(em memória), candidato a reeleição pelos acordos de bastidores a ocupar, novamente, o Palácio da Redenção. 


No Campestre Clube de Campina Grande, por ocasião do aniversário de Ronaldo, a girândola de fogos para anunciar Maranhão fez estrondos mais longos e mais altos, dando maior notoriedade ao convidado do que ao dono do aniversário. 

Embutido por mágoas e inflamados por uma multidão de pessoas e fuxicos, o senador desabafou e chamou o a época governador de fraco, sem liderança e produtor de governo rodeado de puxa sacos, que queriam a todos custo vê - los dividos. 

Impulsionado pelos os wiskes e pelas diversas conversas, Ronaldo seguiu seu discurso antagônico ao compromisso assumido de votar na reeleição de Maranhão, tendo seu irmão Ivandro Cunha Lima, como possível vice-governador e endossador de sua posição.

Constrangido e ferido pelo discurso de Ronaldo, alimentado pelos divisionistas a quem Ronaldo chamou de puxa sacos, o resultado foi um racha no PMDB, onde Ronaldo foi por duas vezes derrotado, pois perdeu o comando partido para Aroldo Lucena, irmão do senador Humberto Lucena(PMDB) (em memória), e também a indicação a condição governador, pelo PMDB, para José Maranhão. 

Em consequência da confusão do PMDB  paraibano, que ganhou destaque nacional, houve acusações de compras e confinamento de delegados em outros estados por parte do governo do Estado da Paraíba. 

Se houve confinamento, não sei, não posso afirmar, mas que houve uma forte ação da máquina estadual em prol de Maranhão, isso sim, eu próprio vi acontecer, exemplifico com esvaziamento do alto sertão levandos delegados do PDMB para João Pessoa, para oferecer solução as diversas solicitações. 

Eu vi Ronaldo, chegar no sertão, aqui em Uiraúna, e ser recebido por apenas um delegado - o professor e líder político de Poço Dantas Hélio Machado (em memória). 

Quantos aos outros, foram orientados por Lúcio Matos - de Sousa/PB, assessor a época do governador a seguirem para reunião em João Pessoa. 

Em resumo: Ronaldo e Maranhão bateram chapa, e sem muitas surpresas o governador venceu a parada, segundo observadores, com o uso da máquina do Estado, onde Ronaldo mesmo com o apoio de Cícero Lucena e Cássio Cunha Lima, prefeitos de João Pessoa e Campina, não conseguiu conter a reeleição de Zé Maranhão e nem evitar perda do comando do famoso, a época, PMDB da Paraíba. 

Ronaldo e Cássio, pai e filho desprestigiados e sem espaço na legenda foram para o PSDB, onde, anos depois, em 2002, Cássio se cansagrou governador com 51,35% dos votos dos paraibanos, derrotando Roberto Paulinho, vice governador de Zé Maranhão e candidato a sua sucessão.


Por Vicentinho Almeida